Esquiando

Nos dias 4 e 5 de março, tivemos a ski trip, que seria uma viagem para todos os estudantes do ensino médio para uma cidade perto daqui, chamada La Grande, 2 horas de distância daqui. Desde uma semana antes da viagem, eu já estava animada, porque seria a primeira vez que eu esquiaria. Nunca me interessei muito por esse tipo de atividade, e confesso que quando a oportunidade chegou, eu também não dei muita bola. Depois de ver no calendário que faltavam menos de 80 dias para eu ir embora, eu decidi me animar e aproveitar a chance de viajar com os meus colegas.
O tempo passou voando! Parece que eu cheguei há um mês e agora, em menos de três meses, já é hora de se despedir de todos e se lembrar de Long Creek só por fotografias e memórias divertidas dessa época da minha vida. Em breve farei um post falando sobre como o intercâmbio me mudou e como ele mudou a minha perspectiva de vida. Só tenho que agradecer muito a oportunidade de ter vindo para cá, e sei que quando for embora, vou sentir muita falta de tudo que vivi nesses últimos sete meses. 
Para esquiarmos, fomos num resort chamado Anthony Lakes, que fica a 45 minutos de La Grande. Por fotos talvez não dê para vê o quão divertida foi a experiência. Pensei que me decepcionaria com o tamanho do parque e com a infraestrutura, mas, na realidade, me surpreendi. Era bem melhor do que eu imaginava!

vista da montanha pela janela do lodge

tô meio estranha na foto mas o que vale é o momento

Saímos daqui às quatro e meia da manhã e chegamos no parque às oito horas (paramos 45 minutos para tomar café da manhã).  Até colocarmos a roupa adequada demorou um bom tempo. Testei alguns números das botas e nenhum deles entrava direito no meu pé. O que aconteceu foi que eu e a minha amiga, que estava junto comigo naquela hora, nos atrasamos para a aula de como esquiar. No fim, a turma foi apenas eu, ela e mais um colega meu da Tailândia. Nós três não tínhamos nenhuma noção de como esquiar ou até mesmo se mexer, e naqueles sessenta minutos que duraram a lição, conseguimos dar os primeiros passos e os primeiros tombos. Honestamente, eu pensei que fosse cair no chão muito mais do que realmente caí. Enquanto a minha amiga caía no chão milhares de vezes e não conseguia se levantar, eu só fui cair o meu primeiro tombo quando estávamos descendo a montanha para os iniciantes.

minha colega (de vermelho) tentando se levantar depois de uma queda enquanto um pessoal oferecia ajuda

outro colega que não conseguiu conduzir o esqui e acabou indo na direção errada

Caí alguns tombos, sim, mas isso não me impediu de continuar tentando. Aprendi que esquiar é cansativo e que os aparelhos são pesados. É ruim de caminhar com as botas e elas são desconfortáveis. Ficamos no parque desde as oito horas da manhã até as quatro horas da tarde, esquiando sem parar, parando somente uma hora para almoçar. No fim do dia, lá pelas duas e quarenta e cinco eu já estava exausta. Sentei um pouco no lodge com os chaperones e repousei pelo que foi um cinco minutos. Quando eu vi um amigo meu entrando pela porta, decidi deixar o cansaço de lado e ir aproveitar o tempo que me restava. Esquiamos até a hora do parque fechar e um pouco mais de quatro horas, fomos embora. O dia estava sendo inesquecível. Jantamos numa pizzaria e depois, aqueles que queriam, podiam ir para o Walmart, e é claro que eu fui. Sou meio obcecada com essa rede de supermercados! Não posso ver um na minha frente, haha
Chegamos no hotel era sete e pouco da noite. Eu pensei que teria que dividir o quarto com todas as minhas colegas, mas acabou que dividiram dois quartos com três meninas dentro de cada. Tive sorte, já que me colocaram junto com as minhas amigas. À noite fomos para a piscina, depois de MUITA insistência da parte delas, e ficamos lá durante o resto da noite até voltarmos para o quarto. 

minha amiga ''atrapalhando'' a foto 

No dia seguinte, estávamos de pé logo desde cedo. Tomamos café da manhã e antes das oito da manhã, rumamos para o parque para esquiar mais um dia. Dessa vez, o último. Eu estava muito empolgada e decidida que iria para o topo da montanha dessa vez. Minha amiga da última foto, que mal sabia esquiar, se aventurou no primeiro dia e não morreu, então eu pensei, ''se ela consegue, eu também consigo!''. Tivemos uma aula de uma hora com um rapaz que me ensinou como girar com os esquis e como parar adequadamente. Pratiquei durante boa parte do dia. Após o almoço, tomei coragem e pedi para um colega para ele me acompanhar. Ele tinha acompanhado a minha colega no dia anterior e estava topando ir com qualquer um que não soubesse esquiar muito bem, mas que queria experimentar. Me preparei psicologicamente para uma das maiores aventuras da minha vida. 
Subimos pelo teleférico e a partir dessa hora eu não tirei mais foto de nada, nem levei meu celular comigo por medo de cair feio e acabar o estragando. Eu, meu colega da Rússia e o da Espanha, esse último que me acompanharia, subimos na cadeira e avançamos para o topo da montanha pelos próximos cinco minutos. Quando eu pensei que finalmente tínhamos chegado no nosso destino final, percebi que ainda tínhamos mais um trecho. O fracasso começou assim que eu desci do teleférico e, diferente do que eu imaginava, não tinha como parar para respirar e então começar a esquiar. Era descer do teleférico montanha abaixo. Sim, não tinha como parar antes de começar a esquiar, você descia da cadeira e já tinha que sair esquiando. Claro que na hora que eu desci, já tombei no chão e, meus esquis que estavam na neve, me puxaram para baixo. Foi tão vergonhoso. Eu mal tinha descido do negócio e já estava caída no chão. O problema é que depois que você caí, ou você abre o esqui e tira os seus pés dali para ter equilíbrio, ou você tem que ter um equilíbrio próprio e magicamente voltar a sua postura normal por conta própria. Até quando alguém está ajudando é complicado, porque você não tem controle total dos seus pés. Ok, me estabilizei e comecei a esquiar mal e porcamente. Eu ia montanha abaixo tentando fechar as minhas pernas para que eu não esquiasse tão rápido. Parei quando me deparei com uma ladeira completamente na vertical, e me arrependi eternamente de ter decidido que queria esquiar no topo da montanha. Meu colega estava um pouco frustrado porque eu comecei a reclamar e queria descer de bunda, não esquiando. Eu tinha medo de perder o controle e acabar batendo tombando numa árvore. 
Vou resumir a história porque, se eu ficar para contar tudo que aconteceu durante essa uma hora que me levou para chegar até de volta ao lodge, o post ficaria enorme. Consegui convencer o meu colega a descer uma parte de uma montanha de bunda e as outras fui obrigada a esquiar. Sim, na última montanha, que era completamente inclinada para baixo, eu esquiei tão rápido que perdi o controle do esqui e bati meu esqui no de uma garotinha, e nós duas caímos juntas. Depois ela e o pai ficaram olhando para mim como se eu fosse de outro planeta, e provavelmente pensando no que uma inexperiente daquelas estava tentando fazer. Acreditem, nem eu sabia. 

vista de uma das montanhas médias


selfie com a amiga mexicana

olhando para trás para verificar se estava tudo bem

Se eu quero esquiar de novo? ÓBVIO!!!! Depois de tudo que eu passei, não sei se quero ir num topo de montanha tão em breve, mas com certeza quero esquiar mais uma vez. Já tenho roteiros planejados na minha cabeça de viagens que eu quero fazer só para esquiar. Quem diria que no começo eu não quisesse e no fim, eu amei a experiência e não vejo a hora de repeti-la?
Foi um final de semana incrível e que guardarei para sempre na minha memória junto com outras lembranças desses dez meses que passei longe de casa. Dizem que a gente só sabe quando tenta, e foi essa uma das lições que eu aprendi. Se abrir para novas oportunidades e, quem sabe, se surpreender.